sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Autodescrição,

Já tive aqui vídeos, músicas, versos e frases que me definiram muito bem. Foram substituídos ao longo de semanas, dias, horas. Clarice Lispector já me descreveu inúmeras vezes. Djavan doou parte de uma estrofe. Drummond me conferiu leveza. Vinicius me mostrou como menina. Já tive fases de Cássia, Marisa e Caetano. Hillsong embalou algumas das minhas manhãs. À tarde, já os havia trocado por um bom samba. Alguma das vezes refletia uma tristeza, outras alegria, mas a maioria das vezes era o amor que sentia. Hoje, porém, decidi eu mesma falar por mim, Letra e harmonia. Alguns dizem que sou boa em relatos, modéstia parte acredito que seja mesmo. Auto-descrições nunca foi meu ponto forte, mas quando recebo elogios, tenho que controlar a vaidade típica. Já quis pintar o sete nessa vida. Usei giz de cera, lápis de cor e acabei fazendo uma bela aquarela. Adoro pares. Mesmo nascendo em um ano ímpar, o dia foi 24 e a hora foi 14h00min, números pares para minha alegria. Sinto uma enorme vontade de viver cada minuto como se fosse o último, mas não gosto de pensar que pode ser o último, pois sempre quero mais. Meu gosto por aventuras extremas é pífio. Gosto do que é palpável. Creio pra ver. Comporto-me como libertina ocidental, gosto do que é bem diferente, mas, no fundo, sou uma careta. Já fiz um monte de besteiras, e piores que as besteiras foram as conseqüências. Sou durona, teimosa e bato o pé quando quero alguma coisa. Porém, choro, vendo filmes de romance. Me arrepio com frequência. No olhar do outro, ao toque, ao cheiro. Adoro estar rodeada. Sou agente polarizador. Minhas turmas mudam com frequência. Sou nômade em constante busca, Mas não volúvel. Só que eu preciso ficar só e encontrar outros pares pra me fazer rir. Não tenho meias palavras. Vão ouvir de mim muitas verdades. E geralmente não consigo embalá-las em voz de veludo, sou rude e áspera, mas meu humor o levará em sonoras gargalhadas. Eu tiro onda de sobrevivente. E de fato sou. Já fiz arco-íris na mangueira. Brinquei de boneca e joguei pião. Quis ser moleque pra mijar de pé. Nunca quis casa e sonho em me casar. Já perdi um amor para sempre, e encontrei outro de bicicleta. Enrolei a saia pra seduzir. Cabulei a matemática. Usei maquiagem da minha mãe. Abracei uma causa. Meus conselhos são ótimos e gosto de fazer as coisas certas. Já fui arrogante, mas nunca fui falsa. Levei porrada. Chorei agarrada a um travesseiro, e jurei nunca mais olhar para vários alguéns. Gosto de festa, de música e de livros. Compro coisas que nunca vou usar. Meu coração é terra em que se pisa com cuidado. Às vezes, árido. Às vezes pantanosa. Mas quem consegue chegar nele de leve e com uma bela piada pra contar, entra e não sai mais. Sou envolvente. Me dá cinco minutos e te levo no bico. Em dez, você já gostou de mim. Em 30, é meu. Mas quando quero, bastam dez segundos pra me detestar. Eu faço graça. Sou carinhosa. Mas não suporto frescura e nem melação. Quem se vitimiza perde a minha admiração. Do meu passado, guardo francas experiências. Mas não as quero de volta. Minhas gavetas são fundas e trancadas. As chaves engoli. Soltei pipa quando quis. Tomei chuva quando quis. Fiz juras de amor quando quis. Mas também quando não quis saber do mundo, virei às costas e dormi. Quando se fala em Deus, eu respeito, eu o louvo, eu me entrego. Pretendo viver solta pelo mundo, fazendo o certo. Não tenho filhos. Mas se os tiver, serei uma mãe severa. Regra é bom e eu gosto. Nem que seja para quebrá-la. Sou um território de contrastes. Toda pessoa o é. Mas eu sou bem mais divertida...

Hélen Ariane.

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Texto criado para o latequetopassano. Creio que com café, aqui será bem vindo! ;)

Um comentário:

Yasmine Feltrin disse...

resumindo, ela é uma menina muito má! muaháhá! iuahiauhaiau
um amorzinho de pessoal e muito bunduda uahaiua
te amo cuzida!